MATUTO (Sonekka e Ricardo Moreira) Ô seo matuto! ‘Xô proseá c’ocê um minuto, co meu caipirês pra lá de fajuto, que eu trôxe de lá da capitá? Sabe caboco? Mi´a terra só tem cimento bruto, e se prantá corqué um dos fruto todos recusa a se agerminá. Mas todo dia, o que eu escuto, entre os gravata, copos de uísque e talher de prata ó Meu cumpadi, é de ripiá. Um fica rico co´os tar de dízimo dos tar de culto, otro levanta uns baita viaduto, pra móde, a obra superfaturá. Não sobra um puto pro povo e essa história não é nova, Mas onti eu quase cavoquei minha cova... Então decidi mi fugi pra cá. E ninguém me ofenda, se eu paguei em dia o imposto de renda, que eu sei manejá as chave-de-fenda, Mas já não tá mai dando nem pra armoçá arresorvi ergue a tenda, aqui no seu quintá... Voz: Sonekka |